A província de Luanda vai receber 240 dos mais de 900 autocarros que o Governo angolano encomendou ao abrigo de uma linha de crédito concedida pela China, foi hoje divulgado. O MPLA espera que cheguem a tempo de dar uma ajudinha nas eleições.
De acordo com fonte do Instituto Nacional de Transportes Rodoviários de Angola, estes 240 autocarros serão entregues à empresa pública Transporte Colectivo Urbano de Luanda (TCUL), para reforço do sistema de transportes da capital, e os restantes distribuídos pelas províncias.
A entrega dos autocarros está prevista para o primeiro semestre deste ano, de acordo com informação anterior do Ministério dos Transportes angolano.
Desde 2015 que está em curso um projecto de mais de 200 milhões de euros para a construção de uma rodovia para transportes públicos entre a periferia e o centro de Luanda, província que conta quase sete milhões de habitantes.
É o caso da empreitada de construção dos corredores de infra-estruturas de transporte público (BRT), fase 2, que servirá a província de Luanda, visando “garantir a melhoria da qualidade de vida” dos 20 milhões de pobres que o país do MPLA gloriosamente ostenta.
A brasileira insuspeita e honorável empresa brasileira Odebrecht foi mesmo contratada para esta empreitada de construção, por 202,6 milhões de dólares (190 milhões de euros).
O Governo prevê implantar na capital angolana vias exclusivas, de mais de 32 quilómetros de extensão, para funcionar num sistema de transporte público de alta capacidade, necessitando para tal dos novos autocarros a adquirir à China, do tipo regular, articulados e biarticulados.
Trata-se de um sistema de transportes de massa, que vai consignar um corredor que liga a estalagem, no município de Viana, na via expressa Luanda-Viana, ao estádio 11 de Novembro, desenvolvendo-se ao longo da estrada periférica de Luanda, desembocando pelo Lar do Patriota até à estrada Futungo II.
O projecto visa facilitar a mobilidade rodoviária, prevendo-se que o futuro sistema transporte cerca de 45 mil passageiros por hora e por direcção, prevendo-se a construção, ao longo da extensão daquela via, de 28 estações.
Em 20 de Setembro último foi noticiado que o Governo angolano vai comprar, através do Ministério dos Transportes, para vários fins, quase 4.500 viaturas, inclusive autocarros para transporte escolar para reduzir o absentismo dos alunos, num investimento público de 735 milhões de euros.
A informação consta de três diferentes despachos assinados pelo Presidente José Eduardo dos Santos, com data de 15 de Setembro, autorizando os respectivos contratos para aquisição das viaturas, ligeiras e pesadas, que globalmente ascendem ao equivalente a 783 milhões de dólares.
O primeiro desses contratos prevê a compra à empresa ASPERBRAS de 1.500 autocarros para transporte escolar, por 383,5 milhões de dólares (362,2 milhões de euros). A medida visa “implantar o conceito de transporte escolar com prioridade para os estudantes e reduzir os índices de absentismo nas escolas”, lê-se no respectivo despacho.
O segundo autoriza a compra à Amer-Com Corporation de 1.272 viaturas para “ampliar a oferta de serviços de transportes de passageiros e de mercadorias e apoiar a actividade produtiva”, num negócio de 191,5 milhões de dólares (180 milhões de euros).
Por último, o terceiro despacho autoriza, igualmente o Ministério dos Transportes, a comprar também à Amer-Com Corporation 1.700 viaturas, por 208,3 milhões de dólares (195,8 milhões de euros), “para concluir o plano de reposição e distribuição dos meios que foram destruídos pela acção da guerra e que se encontravam ao serviço do Estado”.
O segredo está na… repetição
Em 2015 o Governo anunciou um investimento de 205 milhões de euros na construção de uma rodovia para transportes públicos, segundo um despacho presidencial.
De acordo com o documento, de 8 de Abril (de 2015), é aprovado o projecto e a empreitada de construção dos corredores de infra-estruturas de transporte público (BRT), fase 2, que servirá a província de Luanda, visando “garantir a melhoria da qualidade de vida”.
O despacho autoriza ainda a contratação da brasileira Odebrecht para a empreitada de construção, por 202.672.923,53 dólares, (191,6 milhões de euros), e a fiscalização da obra à empresa DAR Angola, por 14,1 milhões de dólares (13,4 milhões de euros).
Em Dezembro de 2014, os ministros da Construção, Waldemar Pires Alexandre, e dos Transportes, Augusto Tomás, anunciaram que a capital angolana iria ter vias exclusivas, de mais de 32 quilómetros de extensão, para funcionar num sistema de transporte público de alta capacidade.
Tratava-se de um sistema de transportes de massa, que vai consignar um corredor que liga a estalagem, no município de Viana, na via expresso Luanda-Viana, ao estádio 11 de Novembro, desenvolvendo-se ao longo da estrada periférica de Luanda, desembocando pelo Lar do Patriota até à estrada Futungo II.
Waldemar Pires Alexandre disse que este projecto visa facilitar a mobilidade rodoviária, prevendo-se que o futuro sistema transporte cerca de 45 mil passageiros por hora e por direcção.
“Sendo esta uma das principais metas que pretendemos alcançar no âmbito da mobilidade de pessoas e de certa forma vai causar algum alívio na redução do número de veículos a trafegarem pela cidade”, disse o ministro.
Por sua vez, o titular da pasta dos Transportes adiantou que ao longo da extensão daquela via serão construídas 28 estações.
Augusto Tomás sublinhou que vão fazer parte da frota 240 autocarros, do tipo regular, articulados e biarticulados.
Em 2014 disseram a mesma coisa
Luanda vai ter vias exclusivas, de mais de 32 quilómetros de extensão, para funcionar um sistema de transporte público de alta capacidade, avaliado em mais de 150 milhões de dólares (121,4 milhões de euros).
O anúncio das novas vias foi feito no dia 10 de Dezembro de 2014, em Luanda, pelos ministros da Construção, Waldemar Pires Alexandre, e dos Transportes, Augusto Tomás, no final de uma visita de acompanhamento de obras de infra-estruturas sociais.
Em declarações à imprensa, o ministro da Construção referiu que as obras do referido sistema, denominado BRT, tiveram início em Outubro deste ano e terão a duração de aproximadamente um ano.
O governante explicou que trata-se de um sistema de transportes de massa, que vai consignar um corredor que liga a estalagem, no município de Viana, na via expresso Luanda-Viana, ao estádio 11 de Novembro, desenvolvendo-se ao longo da estrada periférica de Luanda, desembocando pelo Lar do Patriota até à estrada Futungo II.
Waldemar Pires Alexandre disse que este projecto visa facilitar a mobilidade rodoviária, prevendo-se que o futuro sistema transporte cerca de 45 mil passageiros por hora e por direcção.
“Sendo esta uma das principais metas que pretendemos alcançar no âmbito da mobilidade de pessoas e de certa forma vai causar algum alívio na redução do número de veículos a trafegarem pela cidade”, disse o ministro.
Enquanto isso, recorde-se que em Outubro de 2014 a seca afectou gravemente 1,8 milhões de pessoas no sul de Angola. Pensou-se que eram… angolanos, tal como os que habitam a capital. Mas não se tem a certeza.
Por sua vez, o titular da pasta dos Transportes adiantou que ao longo da extensão daquela via serão construídas 28 estações. Augusto Tomás sublinhou que vão fazer parte da frota 240 autocarros, do tipo regular, articulados e bi-articulados.
Agora o cenário repetido, assim como as promessas, ajudam-nos a compreender – mesmo sem despacho presidencial – que afinal dos 20 milhões de pobres que se diz existirem em Angola, mais de 19 milhões não são angolanos e só foram contabilizados como tal para azucrinar o impoluto desempenho do governo de sua majestade o rei José Eduardo dos Santos.
Também se ficou a saber que Angola não está no top dos países mais corruptos. Explica o governo que os seus opositores – nacionais e internacionais – estavam a ver o documento de pernas para o ar.
O mesmo se passa ao nível das acusações que dizem ser Angola líder mundial da mortalidade infantil. Explica o MPLA que as estatísticas estão erradas porque não consideram infantis os angolanos com 30 ou mais anos de idade…
Folha 8 com Lusa